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Ainda criança, quando viajava quase anualmente ao Rio de Janeiro para visitar minha avó materna, tive meu primeiro contato com a pichação. Não sabia dizer se achava aquilo bonito ou feio, mas a cada retorno a Campo Grande, mais e mais estranhos eram para mim os muros limpos da minha cidade natal. A associação que eu fazia na infância é a de que o picho era sinônimo de metrópole, que a capital de Mato Grosso do Sul ainda não era digna. No fim das contas, embora eu não soubesse como elaborar essa lógica, estava próximo de uma das explicações para o fenômeno social das escritas urbanas, que são consequência do crescimento desigual das cidades e da marginalização dos cidadãos mais pobres. Minha primeira investigação jornalística para tentar compreender as motivações por trás da atividade veio apenas em 2013, momento em que, por mais que enxergasse a pichação quase como uma decoração das cidades grandes, partilhava da opinião da maioria da sociedade brasileira quanto [...]
Ficha Ténica
Editora: Appris
Especialidade: ARTES
ISBN: 9786525026688
Páginas: 0168
Edição: 1
Encadernação: Capa comum
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